domingo, 25 de novembro de 2007

Tropa de Elite


Amigos, semana passada eu fui assistir o filme Tropa de Elite, com a mesma sensação de alguém que comete um crime. Fui assistir para me purificar, mergulhando em um poço que eu imaginava tenebroso, até quem sabe, com um certo tesão em ser mal, querendo gozar com a violência. Não com a violência estética de lixos fascistas, como naquele filme 300, com cabeças e braços voando em câmera lenta, nem com o Chuck Norris ou outros assassinos americanos.

Eu e milhões de brasileiros fomos assistir o filme Tropa de Elite para sentir o prazer da vingança, interpretado pelo ilustre Wagner Moura que ficou genial nesse papel.

Esse filme é mais que um filme é uma experiência. Ninguém foi vê-lo apenas, fomos senti-lo e vê-lo na sala. No Tropa de Elite a importância não está na narrativa, não está no que ele concluiria ou nos ensinaria, a importância é em ter nos transformado em personagens. As milhares de cópias piratas buscadas com fome nos camelôs de todo o Brasil, as platéias fissuradas mostram que nós somos os personagens de um país sem enredo, que estamos famintos na espera de que algo aconteça, de que alguma forma de justiça faça nesse país, de que alguma organização apareça, de que não haja somente aquela polícia podre, de oficiais pegando o jabá do jogo do bicho, de que hajam heróis incorruptíveis e machos vingadores de nossa insegurança.
As multidões foram ver porque querem que esse filme seja uma espécie de resposta. Não interessa se o Tropa de Elite é um filme ruim ou bom. O que vai contar é a fome de solução que este desperta nas pessoas. O filme exibe a nossa impotência diante do crime e da desordem republicana, nossa dolorosa decadência provocada pela política imunda que paralisa este país, como vemos no show de sordidez dos últimos dias no Senado brasileiro.

Um comentário:

Anônimo disse...

Maravilhoso, Parabéns...

Fabião, continue assim com esse trabalho legal de alertar o povo de tudo o que acontece (de certo e errado) no país!


Abs,