Pior do que "tá" não fica?

Meus amigos,

Na semana passada teve início a edição 2010 daquela hora de tristeza de ser brasileiro que é o horário político na televisão. Tal como se apresenta, ele não escapade duas alternativas: a mistificação ou a indigência.

Enquanto Dilma e Serra travam uma batalha para ver que pode fazer mais, quem fez ou quem podia ter feito algo a mais, eu publiquei em outro site uma enquete para saber o que eles acharam dos primeiros dias de programa eleitoral. Já não era surpresa o campeão de comentários que vou publicar abaixo é desse carinha aí do lado. Todos os comentários abaixo publicados foram autorizados pelos seus autores:

"Eu prefiro palhaço do que ladrão, eu voto no Tiririca pq pior do que tá não fica"(T1 de SP);

"Meu voto é do Tiririca! Ele é tão patriota que vem ao público falar o que pensa, ao contrário de certos políticos que se escondem atrás de paletós e discursos populistas pré-fabricados" (JG de MG);

"Já tem um monte de ladrões, pq não colocar um palhaço?" (ES do RJ);

"Tenho vergonha em ser brasileira" (MS de SP);

"A diferença entre os outros e o Tiririca é que a palhaçada começou antes de ser eleito. E de mais em mais, o congresso terá um legítimo representante, nada melhor do que um palhaço para representar o brasileiro. Sinto vergonha" (RJ de SP)

É, meus caros, eis alguns dos depoimentos que os brasileiros colocaram neste site. E vc, o que acha de tudo isso?

Eu pergunto:

"Pior do que está não fica?"

Fica sim, amigo Tiririca. Já ficou!

Começou o circo da propaganda eleitoral gratuita...

Meus amigos,

Eu deixei de postar durante uns dias para alimentar o meu ódio, alimentar aquela sensação de que não há mais nada a ser feito, alimentar o monstro que vive dentro de milhões de brasileiros, alimentar a sensação de que vamos sair por uma saída que lá na frente estará fechada...

Disse tudo isso pois hoje começa o circo... o circo da propaganda eleitoral (hunf!), o desfile de horrores da política brasileira. Os dois carros chefes do desfile: Dilma e Serra correram na frente de um trem fantasma de caras, bocas e buchechas que traçam um quadro sinistro do Brasil, fragmentada em mil pedaços. Nós veremos o despertar da comédia das frases, dos gestos, das juras de amor ao povo, da ostentação de dignidades mancas.

Os candidados equilibram bolas no nariz como focas adestradas, dão cambalhotas no ar como babuínos de bunda vermelha, voando em trapézios para a "macacada" se impressionar e votar neles. Eles tem que comer pastéis de vento, de carne, de frango e de palmito, comer buchada de bode e falar que gostaram. Tem que beber cerveja com bicheiros e vagabundos, aguentar velhinhas desdentadas e velhos gordos, beijar criancinhas mijadas, ostentar a atenção forçada aos papos com idiotas, tem que dar gargalhadas e dar passinhos de "rebolation" quando gostariam mesmo era de sentar no meio-fio e chorar, pois eles mesmos sabem que são palhaços de um teatrinho absurdo em um país virtual, um grande pagode onde a verdade é mentira e vice versa.

Ninguém quer um candidato real, queremos o que ele não é! A política virou um parafuso espanado que não rola mais na porca da vida social, mas todos fingem que só pensam no povo e não em suas futuras maracutaias.

Temos que prestar muita atenção nas "fuças" dos candidatos que viajam às centenas da TV mediante aos nossos olhos. Ali está a nossa cara, ali está o Brasil: "Nós somos assim!". Temos que observar bem as "caratonhas", os nomes e os discursos ridículos com bastante atenção, não só para separar os "raros trigos" no meio do joio e votar nestes poucos "homens limpos" mas também para entender o nosso presente sócio-político.

Hoje começa um mês e meio chato, feio mas muito importante porque estamos no meio de um mistério. Quem será o presidente? Dilma ou Serra? Teremos sindicalistas atacando os neo liberais, ou neo liberais lutando contra sindicalistas?

Viveremos um suspense, meus caros, até o dia 3 de outubro.